sábado, 16 de fevereiro de 2008

Telas


Com pigmentos de manhãs bravias
Criaste cores que mais ninguém conhece
A estrela que em teus quadros amanhece,
É muito mais do que o Sol dos nossos dias.

Num torpor de oliveiras descobrias
Os segredos da terra, a estranha prece
Que te inunda, depois, e engrandece
Num espiral de novas harmonias.

Almas, olhos e mãos entram na tela.
Mas permanece muito acima dela
O astro que o teu estro lhe acrescenta.

É que não há limites para as asas
De ave que refez todas as casas
E só de fuga e mito se alimenta.

Poema de João de Sá, poeta vilaflorence, dedicado à também vilaflorence e pintora Graça Morais.
A fotografia foi tirada dia 21 de Dezembro de 2007, algures pelos Ferreiros.

1 comentário:

aix disse...

Belo soneto a condizer com a expressiva pintura da nossa Gracinha. Trás-os-Montes não é pobre!