quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Helleborus foetidus


Num dos meus passeios pela ladeira encontrei esta planta. Se já a tinha visto, nunca tinha reparado nela. Após algumas pesquisas, chego à conclusão de que é muito frequente em todo o território e que se chama cientificamente Helleborus foetidus. Foetidus anuncia quase de certeza que a planta cheira muito mal. Não sei por que nome é conhecida em Brunhoso, mas no resto do país é Erva-besteira, Erva-dos-besteiros. Gostava de fotografar a flor.
Como é das primeiras plantas a florir, logo em Dezembro, os galegos chamam-lhe erva-chaveira porque tem a chave da Primavera!


Helleborus foetidus L. - ERVA-BESTEIRA
Família: Ranunculaceae
Outros nomes vulgares: besteira, heléboro-fétido.
Características gerais: Erva perene. Possui uma cepa lenhosa, subcilíndrica, vertical e com rebentos laterais. Caules entre 20 a 80 cm, erectos ou ascendentes, robustos, persistentes, folhosos debaixo do ramo inferior, com cicatrizes foliares na parte basal. Folhas radiculares ausentes. Folhas caulinares pedatissectas, glabras, com pecíolo provido de pequenos canais e formando uma bainha que envolve as folhas., com 7 a 11 segmentos estreitamente lanceolados, subcoriáceos, de inteiros a serrados e de cor verde-escuro. Brácteas de cor verde pálido; as inferiores e médias de pecíolo dilatado e limbo reduzido, são transições entre as folhas caulinares e as brácteas superiores, ovadas e inteiras. Inflorescência corimbiforme. Flores numerosas e pendentes. Pétalas largamente ovadas, às vezes truncadas, de um verde pálido, com o ápice, frequentemente, púrpuras, coniventes e formando um perianto campanulado ou globoso.
Floração: Dezembro a Junho.
Habitat: Terrenos pedregosos, sebes, matos e orlas florestais.
Distribuição: Presente em todas as regiões do país, excepto no sul – Baixo Alentejo e Algarve.
Fonte: Biorede - Universidade de Aveiro

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Telas


Com pigmentos de manhãs bravias
Criaste cores que mais ninguém conhece
A estrela que em teus quadros amanhece,
É muito mais do que o Sol dos nossos dias.

Num torpor de oliveiras descobrias
Os segredos da terra, a estranha prece
Que te inunda, depois, e engrandece
Num espiral de novas harmonias.

Almas, olhos e mãos entram na tela.
Mas permanece muito acima dela
O astro que o teu estro lhe acrescenta.

É que não há limites para as asas
De ave que refez todas as casas
E só de fuga e mito se alimenta.

Poema de João de Sá, poeta vilaflorence, dedicado à também vilaflorence e pintora Graça Morais.
A fotografia foi tirada dia 21 de Dezembro de 2007, algures pelos Ferreiros.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Defesa


Farto-me ao ofuscar-se esta imagem:
Por certo é da engrenagem,
Que teima na derrapagem,
E oprime esta viagem,
Que só permite a miragem,
E obriga a uma paragem!...

Sem reservas, dou-me à paisagem,
Em troca da mensagem
Livre e bruta, qu`é selvagem.
Inspiro-a toda pela aragem
E completa-me a bagagem....

Fujo, em prece, na romagem,
Volto com nova roupagem,
Conquistada na abordagem....

E vacilo:

Margem ou Folhagem??!!

Sigo à margem
Pela margem.
Agarro folhas esvoaçantes
Onde rabisco cantos e imagens
Que saltitam,
Pela folhagem....

Natureza.

Poema enviado por EL por correio electrónico.
A fotografia foi tirada no dia 02 de Fevereiro de 2008, em Brunhoso, na Casa das Feiticeiras.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Corre a água Cristalina


Corre a água cristalina
Mata a sede é fresca e pura
Vai à fonte a menina
Com espreitada formosura

Traz colo de rosa
Duas roseiras atrevidas…

-Menina que corres à fonte
De onde vêm os teus risos?
-Vêm do cimo do monte!
Da brancura dos granizos!
Vai a água à fonte
Vai a fonte às rosas…
Cobiçadas por sorrisos…

E traz um sorriso atrevido
Um cântaro de mão na ternura
Vem a sede à menina
Mata a sede, fresca e pura
Corre a água cristalina
Que se espraia na secura…

Alagada por sorrisos…
Com que corres à fonte
De onde vêm os teus risos
-Vêm do cimo do monte!

Tanta sede molha os seios…
Tanta sede desatina…
Vem a fonte por seus meios
Corre a água cristalina
Enche o cântaro é fresca e pura
Vai a sede à menina…
Não tem sede a formosura…

Poema encontrado na Internet, da autoria de Rogério Martins Simões.
A fotografia foi tirada em Brunhoso no dia 02-02-2008 às 17:37.