sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A serra

Este era o aspecto da Serra, no dia 1 de Novembro de 2008.

sábado, 1 de novembro de 2008

Parabéns Caetano Moredo






Fotografias que ilustram o jantar oferecido pelo sr. Caetano Moredo, no dia 28-10-2008, em Mogadouro. Parabéns pelo aniversário e parabéns pela alegria e convívio que proporcionou a este grupo de brunhosenses.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Gorazes 2008 - Jogos Tradicionais

Alguns dos representantes de Brunhoso nos Jogos Tradicionais que tiveram lugar na Feira dos Gorazes, em Mogadouro, no dia 12 de Outubro.

domingo, 12 de outubro de 2008

Montaria ao javali


Não cheguei a tempo de presenciar toda a movimentação da Montaria ao Javali, em Brunhoso. A publicitação do evento talvez não tenha sido a melhor e a participação ficou à quem do desejado, mas, no final da festa todos pareciam contentes. Foram abatidos dois javalis, um macho e uma fêmea, ambos com um peso considerável.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Tanto céu


Junto do cruzamento para Remondes, o horizonte é o limite.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Ver pelo funil

O sr. Padre Virgílio surpreende-nos a cada Eucaristia a que assistimos, nem sempre pelas melhores razões. Desta vez, tenho que dizer-vos que me fez pensar! Quem esteve presente na cerimónia da Ângela e do Pedro, assistiu àquilo que eu baptizo de técnica do funil. Não é brincadeira não, o assunto é sério. Quem tem experiência de vida, sabe que o funil visual é muito frequente. Para quem não esteve presente, passo a dizer o que percebi da questão: quando olhamos através de um funil, a nossa visão é muito limitada. Centramos a atenção naquilo que queremos, ou que nos é querido. O funil são as nossas ideias, convicções, formação, forma e estar e ser. Assim, cada um só vê "o que quer".
A vida em comum, em família ou em comunidade, exige compreensão e respeito pela visão dos outros. Não somos clones, somos pessoas, diferentes mas valiosas por assim sermos. Conscientes de que vemos tudo através do "nosso funil", só nos resta sermos tolerantes, compreensivo, abertos e sinceros para que a nossa efémera existência, seja mais mais plural e menos conflituosa. Parabéns aos sr. padre pela parábola utilizada e muita felicidades aos que agora começam uma vida em comum.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Numa ocasião.......


Sabes !?... Numa ocasião.......

Fim de tarde. Comprazia-se a criação com a abundância. A pardalagem, pintassilgos, chedes e demais passarada miúda bamboleavam-se a gosto nas perneiras do trigo, centeio e aveia a debicar grãos à ganância. As cotovias e chincas, esvoaçando, subiam na perpendicular fazendo negaças à aragem, tombando com perícia logo à frente, onde era ainda mais farta a mesa.
A codorniz soltava de quando em vez a sua curta solfa. Paspalhaz ... paspalhaz ... paspalhaz.
Por charcos, poças e agueiras, rãs e raielas, executavam, intrépida cantata em bemol.
No caminho, logo a seguir à rodeira do lameiro, impante seguia o sapo. No seu passeio de vésperas. Concho. Soberbo como senhor feudal montado em égua alazã. Imponente que nem o rei da criação. Como se fora o mais guapo dos viventes. Assentando a pata da frente, como se registasse em proveito próprio o vale inteiro. Logo com a pata traseira se assenhoreava do mundo. Como o cavalo de Átila pisava, a grama, milhã e carrejoilos e tudo quanto era humilde erva rasteira. Qual besta jurássica, derrubava incomodado o joio, pimpilrros, junquilhos, margaças e outras ervas de maior porte, quando não rebentos e guiotas de freixo e de carvalho. Distraído, arrotando grandezas, marchava pela rodeira dos carros como general prussiano passando revista às tropas em parada. Sobranceiro, mais do que lho consentia o tamanho e agilidade, nem baixava os olhos para a bicharada minúscula que à sua passagem se movia com destreza, com menos receio de lhe servir de iguaria, do que ser fulminada com o olhar. Bem ouvia de quando em vez comentários em surdina, ... que soberbo! Parece o dono do vale! Quanta proa sem razão!
Fazia ouvidos surdos à vozearia da arraia-miúda e continuava a sua marcha, galharda e balofa. Não lhe ficaria mal, à laia de empresário bem sucedido, que abundam também entre a bicharada, grosso havano nos beiços. Mas desconhecia ainda o vício torpe dos humanos.
Tão entretido na sua caminhada de fim de tarde, tão arrogante do seu volume e modos, que não deu conta do carro de feno que aí vinha.
Dois corpulentos bois, quase arrastando as meleias pelo chão, músculos retesados, puxavam a majestosa carrada de feno.
Der repente, passavam-lhe por cima, encobrindo a luz já difusa do entardecer, os volumosos corpos dos bovinos. Assustou-se, e, num gesto instintivo, moveu o pesado corpo sem saber muito bem em que direcção. Apavorado, tentou galgar em inusitado movimento, no afã de se esconder, as ervas mais altas do meio da rodeira. Desastrado, mais pesado que a empáfia, menos lesto que a soberba, voltou-se sobre si, e, sem ponto de apoio, deixou-se rolar, entregando-se aturdido à sorte. Ainda não tinha adquirido a posição normal e descia já sobre si a pata traseira de um dos bovinos. Num esforço derradeiro evitou apenas que o canelo do animal o apanhasse em cheio. Mas, os estragos foram de monta. Parte das tripas estava ao leu. Ainda sem alcançar toda a gravidade das mazelas, aturdido pela chiadeira e tropel de rodas e patas, e já o rodado lhe esfacelava um jarrete. Descomposto, sem forças, perdera o visco da pele que era agora massa informe, de sangue, pó e feno. Afastou-se a junta e a carrada, perdiam-se já na canelha. Sentiu tudo em brasa à sua volta, tresouviu o dies irae. Acorreu toda a criação em redor. Formigas hesitantes, mosquitos intrigados, saltões que se afastaram com a chiadeira do carro, moscas aturdidas pelas vergastadas do rabo dos bovinos, toda a raça e espécie de bichos que, consoante a sua natureza e destino, àquela hora enxameavam o vale, se aproximou para verificar presencialmente o sucedido. Mas, fosse em razão do pouco entendimento, fosse por via da soberba do sinistrado, vieram pelo inusitado que não por franciscano sentimento.
- Parecia o dono do mundo! dizia-se em surdina.
- Sumiu-se-lhe a arrogância!
E alguém, entre admiração sincera e mal disfarçado regozijo, exclamou com afoiteza:
- Leva as tripas de fora!
Doeu-se. Fez um derradeiro esforço o sinistrado. Tentou adquirir uma posição mais consoante o seu estatuto. Ardia-lhe o corpo todo. Susteve as pálpebras que teimavam em fechar-se. Humedeceu ainda a boca e língua com saliva inventada. Embalado ainda de alguma proa, julgou-se composto. Pigarreou numa tentativa falhada de impor ordem e respeito. E, com voz tão firme quanto lho consentia o fim próximo, disse com toda a altanaria:
- Não são as tripas! São as correntes do relógio!
Riu a bicharada, afastou-se aos gritos cotovia, praguejou, de tal descaradez, a cincha. Os pintassilgos e chedes, ladinos e folgazões, foram-se para seus termos e arvores. Ele arrastou-se, concho, num ensejo vão de esconder os pordentros e o fim até à carvalheira próxima, que, condoída, o acobertou. Aos despojos e à empáfia. Agonizante, mas concho.
- São as correntes do relógio – repetiu, já só para si.

In memoriam
José Manuel Azevedo.

Um abraço
f.ribeiro

terça-feira, 1 de julho de 2008

Torneio de Jogos Tradicionais - 2

Realizou-se no dia 29 de Junho, em Brunhoso, o Torneio de Jogos Tradicionais que incluiu a Relha, o Fito, a Raiola e um Circuito, para os mais jovens. A organização pertenceu à Câmara Municipal, à Rede Social do Município de Mogadouro e à Junta de Freguesia de Brunhoso.
Jogo da Relha - Brunhoso, 29 de Junho de 2008

Jogo do Fito (fite) - Brunhoso, 29 de Junho de 2008

Circuito de Jogos Tradicionais (dos 6 aos 16 anos) - Brunhoso, 29 de Junho de 2008

Lanche convívio - Brunhoso, 29 de Junho de 2008

Ler a "reportagem" completa na página de Brunhoso, aqui.

domingo, 29 de junho de 2008

Torneio de Jogos Tradicionais - 1

Cheguei há poucos instantes de Brunhoso. Mais uma vez testemunhei uma tarde de boa disposição que foi o Torneio de Jogos Tradicionais.
Deixo, para já, uma painel com fotografias com caras bem conhecidas. O nosso amigo António Magalhães, apaixonado pelos enigmas, pode decifrar este, procurando as moedas no ar.
Amanhã há mais...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

sábado, 31 de maio de 2008

Pastores

"Pastores", em Brunhoso.
20 de Março de 2008

segunda-feira, 12 de maio de 2008

As primaveras da Primavera


Só descendo ao nível do solo podemos observar toda a beleza da Primavera.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Freixo

Freixo nos lameiros entre a Veiga e a Malhada.

terça-feira, 15 de abril de 2008

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Pereiras em flor

Pereiras floridas nas hortas, em Francos.
Brunhoso, 21 de Março de 2008.

domingo, 30 de março de 2008

Jacinto - Dipcadi serotinum

Nos meus passeios por Brunhoso por altura da Páscoa dediquei bastante atenção a alguns exemplares da Flora local. Uma das plantas que mais me chamou à atenção é esta que apresento hoje.
Trata-se de uma planta conhecida como Jacinto-da-tarde, de nome científico Dipcadi serotinum (L.) Medik. Foi a primeira vez que reparei nesta planta, mas descobri agora que ela até é bastante frequente, em Portugal e no resto da Europa (mais na região mediterrânica). A sua classificação botânica completa é complicada, mas talvez seja interessante dizer que pertence à Subclasse das Liliaceae que têm outros bonitos exemplares como a Gilbardeira (Ruscus aculeatus), conhecida por baleio, de que se faziam os bassouros p'ra esflujar (tirar a fuligem) das chaminés. Embora as plantas não tenham muita semelhança, se observarmos as pequenas flores que crescem na página inferior das folhas, onde depois se formam os bonitos frutos vermelhos, o caso muda de figura.
Já havia alguns jacintos floridos à volta da Fraga do Poio, mas a grande maioria ainda está para florir. A época de floração é Abril a Junho (segundo os livros).
Como quase todas as plantas da Família Liliaceae, têm um pequeno bolbo que lhe permite sobreviver "cravada" nas rochas quase sem terra nenhuma.

sexta-feira, 28 de março de 2008

quarta-feira, 26 de março de 2008

Flor da Erva-besteira

No dia 20 de Março voltei à ladeira de Brunhoso. Entre outras coisas, tinha em mente procurar de novo a planta que tinha fotografado há alguns meses atrás. Como se encontram perto do caminho, não foi difícil encontra-las. Esta planta, chamada Erva-besteira (Helleborus foetidus), tinha ainda algumas flores que como se pode ver na fotografia são verdes. Quem tiver curiosidade pode encontrá-las por baixo do Poio, junto ao caminho onde atravessa o ribeiro.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Amendoeiras em flor



Pensei que já não chegaria a Brunhoso a tempo para fotografar algumas amendoeiras em flor. Depois de um dia pelos caminhos da ladeira, onde as flores já terminaram por completo, vim encontrar estas maravilhas na Canadinha. Se não estou enganado, estão num terreno do nosso amigo, Francisco Ribeiro.
As fotografias foram tiradas no dia 20 de Março.

sábado, 22 de março de 2008

No forno

Na quinta-feira passada aproveitei para dar uma espreitadela no forno para ver como estavam a ser feitos os tradicionais folares da Páscoa. O forno do sr. Manuel Tonolindo estava cheio de folares com uma excelente cor, mas ainda não estavam prontos para serem retirados. Que pena, no dia seguinte não poderia comer os tão saborosos folares de carne! Felizmente em cada fornada há pelo menos um folar de carne, sem carne, para ser comido na Sexta-feira Santa.
A senhora Guilhermina, a ti Altina Barroso e a senhora Esmeralda, mostraram-me alguns segredos na confecção do folar.
A receita já se encontra na página. Quem os quiser saborear, tem mesmo que vir a Brunhoso.
Uma Boa Páscoa para todos.

terça-feira, 18 de março de 2008

Postal do Balcão

Caro conterrâneo.
Mais uma vez, com considerável atraso, venho dar-te noticias nossas.
Não há muito que dizer, pois como bem sabes somos já poucos e velhos.
Cá vamos arrastando a pele para não a deixar, e mortificando o corpo que é tempo de penitência.
Vamo-nos mantendo com grelos, conqueiros e pouco mais.
Agora andamos virados para a ladeira. É tempo de limpar, estrumar e lavrar as oliveiras, como bem sabes. E as amendoeiras este ano estão bem floridas. Vai ser ano de amêndoa. Mas tu já queres saber pouco disso, não é verdade!?
Há ainda um ou outro mais afouto que já anda a lavrar a horta. Mas cá para mim anda a madrugar de mais! Ainda há muito Inverno para vir!
Olha o que se ouve já é a poupa. Canta de manhã à noite aí de volta do povo.
Esta semana é preciso apanhar a lenha para o forno, que logo é preciso fazer os folares.
E lá teremos que ir à ribeira do Poio buscar uns feixes de buxos para o Domingo de Ramos. Isto se o padre os quiser benzer!
Vê se vens à Páscoa e ajudas a enfeitar os sinos!
E não te aborreço mais.

Visitas para todos.
Um abraço do Guardador de Sonhos.

Texto da autoria do Guardador de Sonhos, retirado do Fórum.
Fotografia no Fundão, Brunhoso, 29-04-2006.

sábado, 15 de março de 2008

Capela de Nossa Senhora das Dores


Pormenor da clarabóia da Capela de Nossa Senhora das Dores. Brunhoso, 2 de Fevereiro de 2008.

terça-feira, 4 de março de 2008

Entre a memória e a presença

Sou como um rio que regressa à fonte
E se queda a narrar lendas das margens:
Os rápidos e a espuma das viagens,
O que se esquece, sem que alguém o conte.

Ninguém foge do cárcere da infância.
Conto e reconto, assim, a mesma história:
A do rapaz no cerco da memória,
Em espirais de som e de fragrância...

Nada morreu, nem cal, nem a penumbra
Talvez porque maior que a própria tarde.
Tudo parou neste retrato grave
Onde o passado é canto que ressumbra...

Que fique o odor do barro junto à mina.
Só no que permanece o grão germina.

Poema do vilaflorense João de Sá, do seu livro Flores para Vila Flor.
As fotografias são de Brunhoso (Rua do Fundão e Rua da Oliveira), dia 2 de Fevereiro de 2008.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Helleborus foetidus


Num dos meus passeios pela ladeira encontrei esta planta. Se já a tinha visto, nunca tinha reparado nela. Após algumas pesquisas, chego à conclusão de que é muito frequente em todo o território e que se chama cientificamente Helleborus foetidus. Foetidus anuncia quase de certeza que a planta cheira muito mal. Não sei por que nome é conhecida em Brunhoso, mas no resto do país é Erva-besteira, Erva-dos-besteiros. Gostava de fotografar a flor.
Como é das primeiras plantas a florir, logo em Dezembro, os galegos chamam-lhe erva-chaveira porque tem a chave da Primavera!


Helleborus foetidus L. - ERVA-BESTEIRA
Família: Ranunculaceae
Outros nomes vulgares: besteira, heléboro-fétido.
Características gerais: Erva perene. Possui uma cepa lenhosa, subcilíndrica, vertical e com rebentos laterais. Caules entre 20 a 80 cm, erectos ou ascendentes, robustos, persistentes, folhosos debaixo do ramo inferior, com cicatrizes foliares na parte basal. Folhas radiculares ausentes. Folhas caulinares pedatissectas, glabras, com pecíolo provido de pequenos canais e formando uma bainha que envolve as folhas., com 7 a 11 segmentos estreitamente lanceolados, subcoriáceos, de inteiros a serrados e de cor verde-escuro. Brácteas de cor verde pálido; as inferiores e médias de pecíolo dilatado e limbo reduzido, são transições entre as folhas caulinares e as brácteas superiores, ovadas e inteiras. Inflorescência corimbiforme. Flores numerosas e pendentes. Pétalas largamente ovadas, às vezes truncadas, de um verde pálido, com o ápice, frequentemente, púrpuras, coniventes e formando um perianto campanulado ou globoso.
Floração: Dezembro a Junho.
Habitat: Terrenos pedregosos, sebes, matos e orlas florestais.
Distribuição: Presente em todas as regiões do país, excepto no sul – Baixo Alentejo e Algarve.
Fonte: Biorede - Universidade de Aveiro

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Telas


Com pigmentos de manhãs bravias
Criaste cores que mais ninguém conhece
A estrela que em teus quadros amanhece,
É muito mais do que o Sol dos nossos dias.

Num torpor de oliveiras descobrias
Os segredos da terra, a estranha prece
Que te inunda, depois, e engrandece
Num espiral de novas harmonias.

Almas, olhos e mãos entram na tela.
Mas permanece muito acima dela
O astro que o teu estro lhe acrescenta.

É que não há limites para as asas
De ave que refez todas as casas
E só de fuga e mito se alimenta.

Poema de João de Sá, poeta vilaflorence, dedicado à também vilaflorence e pintora Graça Morais.
A fotografia foi tirada dia 21 de Dezembro de 2007, algures pelos Ferreiros.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Defesa


Farto-me ao ofuscar-se esta imagem:
Por certo é da engrenagem,
Que teima na derrapagem,
E oprime esta viagem,
Que só permite a miragem,
E obriga a uma paragem!...

Sem reservas, dou-me à paisagem,
Em troca da mensagem
Livre e bruta, qu`é selvagem.
Inspiro-a toda pela aragem
E completa-me a bagagem....

Fujo, em prece, na romagem,
Volto com nova roupagem,
Conquistada na abordagem....

E vacilo:

Margem ou Folhagem??!!

Sigo à margem
Pela margem.
Agarro folhas esvoaçantes
Onde rabisco cantos e imagens
Que saltitam,
Pela folhagem....

Natureza.

Poema enviado por EL por correio electrónico.
A fotografia foi tirada no dia 02 de Fevereiro de 2008, em Brunhoso, na Casa das Feiticeiras.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Corre a água Cristalina


Corre a água cristalina
Mata a sede é fresca e pura
Vai à fonte a menina
Com espreitada formosura

Traz colo de rosa
Duas roseiras atrevidas…

-Menina que corres à fonte
De onde vêm os teus risos?
-Vêm do cimo do monte!
Da brancura dos granizos!
Vai a água à fonte
Vai a fonte às rosas…
Cobiçadas por sorrisos…

E traz um sorriso atrevido
Um cântaro de mão na ternura
Vem a sede à menina
Mata a sede, fresca e pura
Corre a água cristalina
Que se espraia na secura…

Alagada por sorrisos…
Com que corres à fonte
De onde vêm os teus risos
-Vêm do cimo do monte!

Tanta sede molha os seios…
Tanta sede desatina…
Vem a fonte por seus meios
Corre a água cristalina
Enche o cântaro é fresca e pura
Vai a sede à menina…
Não tem sede a formosura…

Poema encontrado na Internet, da autoria de Rogério Martins Simões.
A fotografia foi tirada em Brunhoso no dia 02-02-2008 às 17:37.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Há momentos


Há momentos p'ra Amar ao pôr-do-sol;
Há momentos p'ra Brindar ao novo-dia;
Há momentos p'ra Cantar que se é livre;
Há momentos p'ra Dançar em sintonia;
Há momentos p'ra Esperar aquele sorriso;
Há momentos p'ra Falar dos nossos sonhos;
Há momentos p'ra Galantear sempre à chegada;
Há momentos p'ra Homenagear a integridade;
Há momentos p'ra Imaginar a paz na terra;
Há momentos p'ra Justificar nossas ausências;
Há momentos p'ra Libertar crises estéreis;
Há momentos p'ra Murmurar: "gosto de ti";
Há momentos p'ra Namorar só de mãos dadas;
Há momentos pr'a Observar o azul do céu;
Há momentos pr'a Perdoar sem condição;
Há momentos pr'a Questionar tantos porquês;
Há momentos pr'a Reconquistar o coração;
Há momentos pr'a Saborear pequenos gestos;
Há momentos pr'a Trautear a descoberta;
Há momentos pr'a Ultrapassar os nossos medos;
Há momentos pr'a Virar aquela página;
Há momentos pr'a Xingar porque "ele há dias...";
Há momentos pr'a Zarpar só no momento...
Mas....
verdadeiramente:

OS MOMENTOS SÃO TODOS AQUELES QUE CONSIGO AGARRAR PARA SER
E FAZER
FELIZ...

Poema escrito por Esmeralda.
Fotografia tirada no dia 23 de Dezembro de 2007, na Serra, em Brunhoso.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Por altura do entrudo


Está na altura de ir adiantando alguns ingredientes para as refeições típicas do Carnaval. Além de um bom arroz doce, é necessário um bom bulho (butelo), pé e orelha de porco, queixal, as tradicionais casulas e espigos (para o arroz).
Atenção que não se pode comer sopa no dia de Carnaval, sob pena de andar o ano inteiro com o nariz a pingar.
Se tiver oportunidade, utilize as panelas de ferro para cozer as casulas e o bulho. O gosto tradicional só é conseguído desta forma.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Até breve


À partida uma Mãe
Se os quer ver bem felizes
Agarra-os com toda a força:
- "Portem-se bem ó petizes"!

Mas neste caso não é
Um grupo de pequenada
São Homens Sérios e Atentos
Gente da Boa e Honrada!

O que pretendo afinal?
Dizer-vos um "até breve"
Gostei muito de estar convosco
Abraços e Beijos pr'a quem escreve!

Poema escrito por Esmeralda no Fórum da Página de Brunhoso, em 05-07-2007.
A fotografia foi tirada junto à igreja matriz de Brunhoso em 01-11-2007.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Sonho de Natal


Eu tive um sonho.
Sonhei
Que andava pelo Universo.
Andava a apanhar estrelas;
Eram belas, eram belas.
Eu estava deslumbrado
Por poder brincar com elas;
São todas minhas, pensei.
Sonhei que estava acordado.

Como era lindo o meu sonho
De brincar com as estrelas!
São tantas.que vou fazer delas?
Já sei:
Levá-las p'rá minha terra,
Onde ficarão, suponho,
Maravilhados ao vê-las.

Eis senão quando uma estrela,
A mais bela,
Fugiu por - disse-me ela -
Vir perder a liberdade;
Talvez dissesse a verdade
Pois, sorrindo para mim,
(Lá vai ela.)
Ao fugir dizia assim:

«Vou fazer o meu Natal
Num mundo maravilhoso
Onde é sempre nascimento;
Não há guerras, tudo é paz,
O poder não é um mal
Nem existe o odioso;
Não há dor nem sofrimento,
Violência não se faz;
Lá ninguém é invencível,
A inveja é desprezível
E injustiças nem vê-las;
Não há grandes nem pequenos,
Brancos, pretos ou morenos
Porque todos são estrelas».

(Podia ser em Brunhoso
Pensei eu cá para mim).

Não vás, estrela fagueira,
Fica comigo a sonhar,
Não queiras ser altaneira;

Mas a estrela não ficou,
E o meu sonho acabou.

Recusei-me a acordar.

Poema escrito por "dos olmos" no Fórum da página de Brunhoso, a 20-12-1007.
Fotografia tirada em 21-12-2007, nos Ferreiros, em Brunhoso.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Brunhoso à luz da candeia

Naquele tempo a autoridade não se discutia. Era Deus no céu e Salazar em Lisboa. O Presidente da Câmara era um Doutor rico e importante (jà o pai dele tinha sido) que estava lá por ser amigo dos dois anteriores e cuja missão era só zelar pelo seu respeito. Em Brunhoso havia um Presidente da Junta que administrava sem reclamações, embora as calçadas das ruas estivessem cada vez mais esburacadas, os caminhos da ladeira eram carreiros, não havia saneamento, nem electividade, água havia nas bicas e nas fontes. Os indígenas nunca tinham conhecido melhor ou já não se lembravam e as autoridades distantes e omnipotentes não admitiam protestos. Havia um regedor que tal como o Presidente da Junta nada fazia, pois as pessoas eram pacificas e resolviam os pequenos choques e divergências entre eles, por vezes à lambada e ao pontapé. O padre Zé era a autoridade religiosa e a única que mostrava algum serviço. Fazia os baptizados, casamentos e funerais sem cobrar nada por isso. Era um homem bom, rico, teimoso e virtuoso, vivia rodeado de 3 ou 4 mulheres e nunca se lhe conheceu filho algum. Rezava as missas, a que era obrigatório assistir aos domingos, sob pena de pecado mortal, ou de se ser apelidado de protestante ou comunista, o que para o povo eram a mesma coisa. Homens à frente mulheres atrás, todos cumpriam a sua obrigação, com mais devoção as mulheres pois habitualmente só elas comungavam ( as mulheres foram sempre mais pecadoras). O padre Zé além de dar o dinheiro dos responsos aos rapazes que o ajudavam à missa, dava cigarros a muitos homens, a alguns passou-lhes o vício (era no tempo em que o tabaco não fazia mal às pessoas). A autoridade máxima dos garotos era a professora, imponente,competente e altiva, ensinou-lhes a matemática, a gramática, a geografia e as vénias do zalazarismo. Brunhoso vivia em paz, miséria (quase todos) e harmonia, pelo menos desde à 500 anos atrás, pois que conste as Invasões Francesas não passaram por lá. Até ao Entrudo! A procissão ainda vai no adro e o Jacob leva o estandarte maior!

Texto escrito por Zamit no Fórum da página web Brunhoso.
Fotografia tirada no dia 25-12-2007, numa casa antiga na Malhada.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Viva a vida


Gritarei louvor à vida em melodia,
Hão-de ouvir-me em sítios bem distantes;
Pararão para pensar por uns instantes
E, pensando, vão sentir grande alegria.

Verão que a vida tem momentos fascinantes,
Que é sonho, invenção, é luz, é dia;
Epopeia, saga, canto, sinfonia,
Que fazem dos descrentes seus amantes.

Se no viver há mistérios insondáveis,
Deixemos que a razão seja vencida,
Libertemos fantasias saudáveis.

E se o nascer é o primeiro hino à vida,
Ecoaram no ar sons memoráveis
No dia em que nasceu a Margarida.

Poema da autoria de "dos olmos", colocado no Fórum Brunhoso, a 18-01-2008.
Fotografia tirada na Fraga do Poio, no dia 26 de Maio de 2007. Planta do género Dianthus da família das Caryophyllaceae.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Matança do Porco


Este é um quadro cada vez mais raro nas nossas aldeias. No entanto, durante os meses de Dezembro e Janeiro ainda é possível ouvir ao longe e adivinhar a morte do porco, cebado durante um ano para poder servir de base à alimentação da família. Mais do que uma necessidade é um ritual que se encaixava no ritmo anual das festas e das colheitas.